Gangue do Mangue: o som que nasce na lama e ecoa no asfalto
- mais jaboatao
- 24 de out.
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Com uma estética que mistura poesia marginal, guitarras cortantes e batidas inspiradas no manguebeat, a banda resgata a energia revolucionária da cena cultural de Pernambuco, mas dá novos contornos ao movimento, fundindo crítica social, raízes regionais e uma postura de resistência

Do Jornal Cultural
Foto: Divulgação
Da lama que pulsa sob os manguezais nasceu uma das bandas mais provocativas e autênticas do cenário pernambucano atual: Gangue do Mangue. Com uma estética que mistura poesia marginal, guitarras cortantes e batidas inspiradas no manguebeat, a banda resgata a energia revolucionária da cena cultural de Pernambuco, mas dá novos contornos ao movimento, fundindo crítica social, raízes regionais e uma postura de resistência.
Formada por personagens que mais parecem saídos de um cordel urbano — Carcará (vocal), Mestre dos Mangues (voz/poesia), Seu Veneno (guitarra), Clandestino (baixo), Zeca Maré (teclado) e Palafita (bateria) —, a banda nasceu da necessidade de transformar lama em arte, precariedade em potência, dor em manifesto. Desde os primeiros ensaios, a Gangue do Mangue se consolidou como um grito contra a invisibilidade, levando para os palcos uma identidade forte e contestadora.
O som da Gangue é moldado pela batida visceral do manguebeat de Chico Science, mas também carrega a agressividade do rock, a cadência do rap e a densidade da música regional. Essa fusão cria um terreno sonoro único, em que o berro do carcará se mistura à batida eletrônica e à poesia declamada.
A discografia da banda já reúne três EPs conceituais: “Crime Sonoro na Lama” – um mergulho no nascimento do som sujo e pulsante da banda; “Oração Pro Lodo Secar” – reflexões sobre fé, resistência e sobrevivência na lama e o “O Som do Que Não se Pode Ver” – o EP mais recente, explorando dimensões invisíveis da dor e da criação artística.








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