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 Skate Praza e a resistência cultural em Jaboatão dos Guararapes

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    mais jaboatao
  • 8 de ago.
  • 2 min de leitura

 o skate ainda carrega o estigma da marginalidade. A comunidade local enfrenta desafios históricos, como a repressão por parte da polícia e da guarda municipal, além da constante falta de estrutura adequada

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Foto: página soltaastricks


O Praza SkatePark, localizado sob o viaduto Prefeito Geraldo Melo, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, é mais do que uma pista de skate — é o símbolo vivo da resistência cultural e social das ruas. Desde 1997, skatistas da região percorrem os picos lendários de Jaboatão, como Dom Helder, Piedade, Candeias, Barra de Jangada, Sotave, Massaranduba, Cajueiro Seco, Coquinhos, entre outros. Foi a partir dessas rotas que o skate encontrou no Praza sua centralização, unindo todas as vertentes e estilos que surgiram desses rolês.


Mesmo com o reconhecimento olímpico do esporte, o skate ainda carrega o estigma da marginalidade. A comunidade local enfrenta desafios históricos, como a repressão por parte da polícia e da guarda municipal, além da constante falta de estrutura adequada. Mas, hoje, com a pista do Praza, esses skatistas ocupam um espaço de treino digno, competindo em igualdade e transformando realidades.


O cenário mudou drasticamente. Se antes era raro ver crianças e mulheres nos encontros, hoje elas estão presentes de forma ativa: a presença feminina nos campeonatos aumentou cerca de 85%, e o espaço passou a ser frequentado por crianças, idosos, familiares e entusiastas do esporte. Diariamente, o Praza SkatePark recebe entre 30 e 50 skatistas, podendo ultrapassar 100 pessoas em dias de eventos e encontros culturais underground.


Projeto Social: Escolinha de Skate


O Projeto Social da Escolinha de Skate nasceu da iniciativa de Tharcy, visando acolher crianças em situação de vulnerabilidade que frequentavam o espaço sem equipamentos ou condições básicas, como alimentação e vestuário. Aos poucos, outras crianças, entre 7 e 12 anos, passaram a se integrar, formando um grupo misto, onde cerca de 70% são meninos e 30% meninas.


A escolinha ainda não possui um cadastro oficial de alunos. Quem quer aprender chega, se envolve, e aprende no convívio direto com os praticantes mais experientes. Apesar da força comunitária, o projeto enfrenta dificuldades estruturais, como a falta de peças de skate, acessórios de proteção, sanitários adequados, acesso a água potável, e a carência de profissionais de saúde e educação física para acompanhamento pedagógico.


Organização e Resistência Cultural


A administração do espaço é fruto do esforço coletivo de figuras importantes da cena local. Edivaldo Ferreira (Faro Skateboard) lidera a gestão da pista, enquanto Paulo acumula as funções de professor da escolinha, administrador da pista e responsável pela manutenção dos recursos. Jasinho é o articulador cultural, responsável pela organização de eventos e ações de resistência da cultura alternativa. Ivan atua como social media, cuidando da comunicação do espaço e da escolinha, e Larva é o responsável pela identidade visual, grafites e design gráfico do projeto.


Mais do que um esporte, o skate no Praza se consolidou como uma ferramenta de transformação social. A prática reduziu em mais de 60% a marginalidade e o uso de drogas pesadas entre os jovens frequentadores, ressignificando o espaço urbano e fortalecendo laços comunitários.


O Skate Praza é a evolução viva dos picos de Jaboatão, um movimento que nasce da resistência das ruas e se transforma, dia após dia, em símbolo de inclusão, arte e cidadania.

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