Violência: três bairros de Jaboatão dos Guararapes lideram em número de tiroteios no Grande Recife

O bairro da Muribeca aparece no topo com com registrou de 27 tiroteios, que resultaram em 23 mortes, seguido dos bairros de Barra de Jangada e de Prazeres

Do Jornal do Commercio

Foto: Beto DLC/JC Imagem

Um dia após o governo de Pernambuco anunciar as primeiras ações do programa Juntos pela Segurança, um levantamento divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado, nesta terça-feira (1º), reforça a atenção que precisa ser dada à violência armada. Entre 1º de janeiro e 23 de julho deste ano, 1 mil tiroteios foram somados na Região Metropolitana do Recife (RMR). Recife foi o município mais afetado pelos tiroteios, concentrando 38% dos registros. Apesar disso, os três bairros que lideram em número de disparos de arma de fogo estão localizados em Jaboatão dos Guararapes.

O bairro da Muribeca, que aparece no topo, registrou 27 tiroteios, que resultaram em 23 mortes e mais cinco pessoas feridas. Em seguida, Barra de Jangada somou 25 disparos, com 24 óbitos e seis feridos. Em terceiro lugar aparece Prazeres, com 23 tiroteios, que resultaram em 15 mortes e 11 pessoas feridas.

Jaboatão dos Guararapes preocupa a polícia pela incidência de violência e avanço de organizações criminosas especializadas no tráfico de drogas. Na guerra pelo domínio de territórios, os crimes contra a vida se multiplicam.

De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), Jaboatão é o segundo município com maior número de mortes violentas (que englobam homicídios, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos por intervenção policial).

Ao todo, no primeiro semestre de 2023, a polícia somou 165 mortes na cidade. Apenas duas a menos em comparação com o mesmo período do ano passado.

1 MIL TIROTEIOS NO GRANDE RECIFE EM 2023

Com uma média de cinco tiroteios por dia na RMR, 1.140 pessoas foram baleadas até 23 de julho: 812 morreram e 328 ficaram feridas. Em 97% dos 1 mil tiroteios houve mortos e/ou feridos.

“O Estado chama atenção pelos seus altos índices de violência, mais de 90% dos tiroteios resultam em mortes, mostrando uma falta de ação política para mudar essa tendência violenta. Pernambuco já foi referência nacional de transparência de dados, e desde 2017 perdemos esse título. Hoje o que se vê é uma falta de informação para compreender o problema da segurança pública, e falta de ação política para solucionar os problemas e proteger a população”, avalia Ana Maria Franca, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco.

Entre os baleados, cinco eram crianças (duas mortas e três feridas), 51 adolescentes (34 mortos e 17 feridos), 1.050 adultos (752 mortos e 298 feridos) e nove idosos (seis mortos e dois feridos). Houve ainda 27 pessoas mortas e outras sete feridas com idade não informada. E um bebê morto a tiros quando ainda estava no útero.