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Projeto cultural traduz belezas de Pernambuco em som e sensibilidade

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    mais jaboatao
  • 9 de abr.
  • 4 min de leitura

O lançamento acontece na próxima quinta-feira (10/4), com ações presenciais no Recife e em Vicência

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Foto: Estúdio Orraão


'Paisagens Sonoras’ é uma plataforma com registros sonoros imersivos e audiodescrição de paisagens naturais e pontos históricos de várias regiões do Estado pensado para o público de pessoas cegas e com baixa visão. O lançamento acontece na próxima quinta-feira (10/4), com ações presenciais no Recife e em Vicência


Ouvir o vento atravessando os coqueirais de Maracaípe, o murmúrio do Rio São Francisco em Petrolândia ou o silêncio sagrado diante de uma capela barroca no Engenho Poço Comprido. Tudo isso, agora, pode ser vivido por meio da escuta. Com foco na acessibilidade para pessoas com deficiência visual, o ‘Projeto Paisagens Sonoras’ lança uma plataforma digital que transforma patrimônios culturais, naturais, arquitetônicos e históricos de Pernambuco em experiências sonoras imersivas. O lançamento acontece nos dias 10 e 11 de abril, com escutas públicas no Recife e em Vicência, interior do Estado.


A iniciativa criou um acervo inédito com 36 registros sonoros com audiodescrição, organizados em nove locais estratégicos de Pernambuco. Em cada local, foram realizadas, em média, quatro captações diferentes que descrevem a paisagem e também trazem informações históricas sobre cada local. Os conteúdos produzidos já se encontram disponíveis na plataforma www.paisagenssonoras.com.br com acesso gratuito.


Mais do que ouvir sons, o visitante é convidado a sentir a paisagem, por meio de um site navegável, intuitivo e acessível em celulares, tablets e computadores. Os áudios têm cerca de 60 segundos cada. Nosso desafio é traduzir o que se vê em som — transformar paisagens em experiências sensoriais, onde cada detalhe possa ser sentido pelos ouvidos.


Através do incentivo do Funcultura, o projeto desenvolve uma nova forma de contar a paisagem de Pernambuco por meio da audiodescrição, contribuindo para que pessoas cegas e com baixa visão, possam ter apropriação cultural sobre os patrimônios culturais, artísticos e naturais do Estado, desde sua concepção até a execução evidenciando a importância de ações voltadas para este público.


“A gente queria fazer diferente ao pensar as ações de acessibilidade não ao final do processo através de produtos artísticos adaptados onde a inclusão desse público é pensada posteriormente, e sim inverter o sentido da produção criando conteúdos específicos para essas pessoas e depois adaptado para o público em geral” disse Mateus diretor do projeto.


Para oferecer uma visão da riqueza paisagística e histórica do Estado, o projeto percorreu as quatro Macrorregiões do Estado, registrando sons que dialogam com a natureza e a história desses territórios. A seleção dos locais buscou valorizar para além dos pontos turísticos tradicionais, mas também espaços de preservação da natureza e da biodiversidade.


Na Região da Mata Norte, o município de Vicência foi mapeado a partir dos sons do Engenho Poço Comprido, da capela barroca, do baobá centenário e da vista da varanda da casa-grande.


Já na Mata Sul, os registros se concentraram em dois pontos: em Tamandaré, foram captados os sons da Praia dos Carneiros, do entorno da Capela de São Benedito e da faixa de areia; e, em Ipojuca, destaque para o ambiente da Praia de Maracaípe, com manguezais, coqueiral e áreas de dunas.


No Agreste Central, a cidade de Bonito revelou as cachoeiras Véu de Noiva, o som da mata, o vento entre as árvores e o canto de aves silvestres. No extremo do estado, a Região do Sertão de Itaparica foi representada por Petrolândia, onde foram captados o ambiente do Rio São Francisco, as ruínas da igreja submersa e o som fluvial característico do entardecer.


O projeto contou com uma equipe de mais de 20 profissionais, entre técnicos de som, cinegrafista, historiadores, designers e especialistas em acessibilidade.


Além da plataforma digital, o projeto também vai contar com a tecnologia QR Codes - tecnologia que permite armazenar e transmitir informações de forma rápida e prática, por meio de dispositivos móveis. Ao apontar a câmera para um cartão com QR Code, seja pelo celular ou tablet, por exemplo, o usuário é automaticamente direcionado para o conteúdo digital do site.


“A gente também quer levar a acessibilidade para onde ela raramente chega — aos espaços distantes dos grandes centros, onde a paisagem, história e cultura também têm muito a dizer, afirmou o idealizador do projeto”


O lançamento da plataforma será celebrado com dois dias de escutas coletivas. No dia (10/4), a ação será realizada no Recife. Pela manhã, a programação acontece na Escola EREM Amaury de Medeiros.


No turno da tarde, a programação se concentra na Praça do Arsenal, com participação da Associação Pernambucana de Cegos (APEC).


No dia (11/4), será a vez de Vicência, na Zona da Mata Norte, com escutas sensoriais no Museu Poço Comprido, com audições no turno da manhã e tarde.


Este trabalho é realizado com incentivo da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, por meio dos recursos do Funcultura.


O ‘Projeto Paisagens Sonoras’ é uma realização idealizada e dirigida por Mateus Guedes, que também assina a pesquisa, a direção de fotografia e . A coordenação de produção ficou a cargo de Gabriela Oliveira, que também atuou como cinegrafista e responsável pela edição dos conteúdos audiovisuais.


A produção executiva foi conduzida por Hugo Dubeux, enquanto a produção local contou com a colaboração de Joana D’arc, Gabriel de Lisboa e Marlon Meirelles, assegurando o acompanhamento das gravações nos territórios. As ações do projeto foram realizadas em parceria com a produtora Nam.


A captação e finalização do som foram realizadas pela produtora Deriva, que atuou em parceria com a equipe de acessibilidade da Vouser Acessibilidade, garantindo que o conteúdo fosse produzido com recursos inclusivos desde a origem. A pesquisa histórica e contextualização dos espaços gravados foi conduzida pelo pesquisador patrimonial Eduardo Santana em parceria com o historiador Gabriel Ericssom.


A produção gráfica e visual contou com o trabalho do Estúdio Oba, responsável pelo design, e do Estúdio Orra, que assinou as fotografias complementares do acervo. A plataforma digital do projeto foi desenvolvida por Diego Cavalcanti, responsável por transformar a experiência sonora em um ambiente acessível e navegável. A assessoria de imprensa e gestão de mídias ficou sob a responsabilidade de Salatiel Cícero, articulando a divulgação institucional do projeto e sua presença nas redes sociais.

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